No próximo dia 16 de setembro, pesquisadores do Brasil, Austrália e Dinamarca se reúnem no Fórum Meio Ambiente e Câncer da Criança para falar sobre os impactos das exposições ambientais associadas ao câncer pediátrico. Na pauta de discussões do evento que acontece no Centro Infantil Boldrini, em Campinas, serão abordados resultados das pesquisas mais recentes, sobre a influência de fatores externos ainda durante a vida intrauterina; relação entre o alto peso ao nascer e neoplasias infantis; impacto da exposição pré-natal ou após o nascimento, aos pesticidas e agrotóxicos para a saúde das crianças e adolescentes; exposição a produtos químicos no trabalho dos pais, associados ao câncer da criança; globalização e saúde pública e os desafios da nanotecnologia.
“Talvez a mensagem mais importante deste Fórum Meio Ambiente e Câncer da Criança, seja mostrar que os cientistas internacionais e nacionais estão preocupados com o aumento mundial da incidência do câncer pediátrico,  tentando construir a história epidemiológica dos tumores pediátricos, por meio de investigações prospectivas  e sistematizadas, realizadas em centros de referência mundial no tratamento de tumores pediátricos, buscando entender quais são os fatores de risco associados a tais cânceres”, comenta a organizadora do evento, Dra. Silvia Brandalise, integrante do Consórcio Internacional do Câncer da Criança.
Referência internacional no assunto, o médico e pesquisador australiano Terence Dwyer – Coordenador do Consórcio do Coorte Internacional do Câncer da Criança (ICCCC ou I4C) – estará no evento para mostrar os resultados obtidos pelas pesquisas deste Consórcio, que se traduz como um esforço global para compreender os fatores de risco associados ao câncer da Criança. “Apesar da incidência global de câncer em crianças e adolescentes ter aumentado de forma constante no mundo, os avanços sobre a compreensão das causas envolvidas ainda são limitados, daí a necessidade de estudarmos os mecanismos moleculares que levam a essas neoplasias malignas”, explica Dwyer.
Em sua apresentação no fórum, o pesquisador vai abordar as descobertas recentes que evidenciam como as exposições ambientais ainda no útero podem influenciar no surgimento e desenvolvimento de doenças na infância. Dados consistentes, obtidos via pesquisa prospectiva, sugerem a relação entre exposição dos pais a agentes infecciosos, químicos e pesticidas ao surgimento de diferentes tipos de câncer, principalmente leucemia e tumores cerebrais.
Da Dinamarca, o médico e pesquisador Kjeld Schmiegelow comentará os resultados de duas pesquisas: a primeira, sobre a relação entre o trabalho dos pais em indústrias químicas e o câncer dos filhos; a segunda, sobre e a relação entre alto peso ao nascer e câncer infantil.
Estará em pauta também ao longo do evento a influência de poluentes ambientais e sua relação com o surgimento de malformações e neoplasias, como o câncer da criança. Pesquisadores brasileiros da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), USP (Universidade de São Paulo), UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso), UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), ABRASCO (Associação Brasileira de Saúde Coletiva), FIOCRUZ (Fundação Oswaldo Cruz), INCA (Instituto Nacional do Câncer/MS) e Ministério Público Federal e Ministério da Ciência e Tecnologia farão apresentações ao longo de todo o dia.
Fonte: https://correio.rac.com.br